5 Dicas para Ensinar os Mais Pequenos a Poupar
Dar uma semanada e ter um mealheiro para ver a poupança a crescer são apenas algumas das dicas para incentivar as crianças a poupar. Saiba como incentivar os mais novos a dar valor ao dinheiro e a gerir as suas poupanças.
1. Ensinar
O dinheiro não vem do multibanco
Falar de dinheiro não deve ser tabu. Desde cedo, os pais devem ensinar aos mais pequenos como se ganha e de onde vem o dinheiro. "Algumas crianças acham que o dinheiro vem do multibanco", adiantou Fernanda Santos ao Negócios. Para a coordenadora do departamento de formação e novas oportunidades da Deco, os mais pequenos têm que perceber desde cedo que o dinheiro não aparece no multibanco. Por isso, os pais devem discutir o orçamento familiar à frente dos filhos e explicar-lhes "como podem poupar e como podem doar". Trabalhar desde cedo com crianças a literacia financeira, quer em casa, quer na escola, é o primeiro passo para que os mais pequenos percebam como se ganha o dinheiro e se estimule a importância da poupança.
2. Prioridades
Saber o que é necessário
Lidar com os caprichos dos mais novos é difícil e dizer "não" aos pedidos dos filhos é um sacrifício para muitos pais. Mas, preparar os mais pequenos para as desilusões da vida também faz parte da difícil tarefa que é educar uma criança. Para Fernanda Santos, da Deco, é importante que os pais ensinem aos mais novos a diferença entre o que precisamos e o que queremos, ajudando-os a estabelecer prioridades. Não se deve responder por impulso às solicitações das crianças.
Ou seja, mesmo que se dê aos jovens o que eles pediram, deve tomar-se essa atitude com calma e fazer a criança perceber que nem sempre a família pode ceder às suas vontades. Os jovens têm que perceber que apenas podem ter o que está em sintonia com o rendimento familiar.
3. Semanada
Ensine as crianças a gerir o seu dinheiro
Uma forma de incentivar os mais pequenos a poupar é ensiná-los desde muito jovens a gerir o seu próprio dinheiro. A entrega de uma semanada vai ajudar as crianças a elaborar o seu próprio orçamento e serem mais autónomos nas suas escolhas.
Para Fernanda Santos, da Deco, a partir dos seis anos os pais podem dar uma semanada aos filhos, dando-lhes a oportunidade de gerir o seu dinheiro. "Não devem ser quantias muito elevadas, mas devem ser suficientes para ficar uma pequena poupança", adiantou. Ou seja, a família e a criança devem estabelecer objectivos para a semanada e a partir daí fixar o valor, bem como o dia da semana a receber e o elemento responsável pelo seu pagamento, como o pai ou a mãe. A partir dos 10/11 anos, pode passar-se a dar mesadas.
4. Mealheiro
O prazer de ver a poupança crescer
Tão importante como ter uma semanada ou uma mesada, é ter um mealheiro. É importante que as crianças possam ter um mealheiro para ganhar o dinheiro que conseguiram poupar, bem como receitas extra, de prendas dos avós ou do aniversário. "O ideal é que o mealheiro seja acessível, que as crianças possam ver o dinheiro a crescer", explicou Fernanda Santos.
Para estimular ainda mais a poupança, deve haver objectivos para este valor, como comprar uma bicicleta ou aquele jogo tão desejado para a Playstation. Deste modo, a concretização dessa compra vai ser uma conquista para a criança e vai incentivar novas poupanças. O exemplo dos pais também é fundamental. Famílias mais poupadas irão incutir um maior espírito de poupança às suas crianças.
5. Dinheiro
Estimule crianças a ter poupanças extra
A semanada e a mesada não deve estar associada a prémios de desempenho, como ter boas notas ou ajudar em casa. Isto são tarefas dos mais novos. Ainda assim, é importante incentivar os jovens a ganharem o seu próprio dinheiro. Lavar o carro dos pais ou, no caso dos mais crescidos, dar explicações são algumas actividades que podem permitir poupanças extra.
Apesar de todos estes ensinamentos, as crianças podem entrar em "falência". Gerir o próprio orçamento é difícil e uma escolha errada pode arruinar as poupanças dos mais pequenos. Os pais não devem abolir as entregas, devem sim ajudar os seus descendentes a confrontar a situação e a evitar que os filhos voltem a repetir os mesmos erros. Atribuir um empréstimo, em troca de algo é uma das soluções.
31 Outubro 2012, 00:01 por Patrícia Abreu | pabreu@negocios.pt
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